segunda-feira, 27 de julho de 2009

TEXTO COMPLEMENTAR EMÍLIA FERREIRO E ANA TEBEROSKY


Na imagem acima a criança Vitória dedica uma mensagem para a sua mãe,e escreve do seu jeito:maluce.Orientada pela professôra,ela escreve a forma correta MARLUCE com R.

EVOLUÇÃO DA ESCRITA
As autoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky neste magnífico trabalho apresentam propostas da interpretação da escrita da criançacom investigações em curso e comparações demarcando o respectivo peso das influências ambientais e das concepções infantis.
Segundo as Autoras." Esclarecemos que estas situações não se sucediam umas ás outras de uma maneira fixa nem de um modo contínuo:eram tarefas que íamos propondo no curso de nossa exploração com a criança,buscando os momentos mais própíciosOs resultados obtidos com as crianças de 4 e 6 anos nos permitem definir cinco níveis sucessivos:
Nível 1 - Neste nível escrever é reproduzir os traços típicos da escrita que a criança identifica como a forma básica da mesmaSe esta forma é a escrita de imprensa,teremos grafismos separados entre si,compostos de linhas curvas e respostas ou de combinações entre ambas.Se a forma básica é a cursiva,teremos grafismos ligados entre si com uma linha ondulada como forma de base,na qual se inserem curvas fechadas ou semifechadas.
Nível 2 - Para poder ler coisas diferentes ( isto é,atribuir significados diferentes) deve haver uma diferença objetiva nas escritas.O progresso gráfico mais evidente é que a forma dos grafismos é mais definida,mais próxima á das letras.Porém,o fato conceitual mais interessante é o seguinte:segue-se trabalhando com a hipótese de que faz falta uma certa quantidade mínima de grafismos para escrever algo e com a hipótese da variedade dos grafismos.
Nível 3 - Este nível está caracterizado pela tentativa de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compões uma escrita.
Nível 4 - Passagem da hopótese silábica para a alfabética.:A criança abandona a hipótese silábica e descobre a necessidade de fazer uma análise que vá mais além.
Nível 5 - A escrita alfabética constitui o final desta evolução.nesse nível,a criança já franqueou a barreira do código,comprendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba.
As autoras comentam sobre o estudo de Gelb: a necessidade de uma representação adequada para os nomes próprios levou finalmente ao desenvolvimento da fonetização.isto se acha confirmado pelas escritas astecas e maias,que utilizam só raramente princípio fonético e,em tais casos,quase que exclusivamente para expressar nomes próprios.
A fonetização,portanto,surgiu da necessidade de expressar palavras e sons que não podiam ser indicados apropriadamente com desenho ou combinações de desenhos.
Também neste texto comentam a distribuição dos níveis de escrita por idade e por procedência social." os dados quantitativos não podem ser tomados como representativos desses grupos de idade no total da população de Buenos Aires.Eles servem,entretanto,para nos dar certa idéia global.
Bibliografia: Ferreiro,Emília.Teberosky,Ana,Psicogênese da língua escrita.Porto Alegre,Artmed,1999.

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